segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Viva a diferença! Uma crônica ilustrada.




Em fevereiro deste ano Charles Darwin faria 201 anos, autor da teoria da evolução das espécies, o grande pensador que ousou romper com a visão bíblica da origem do homem — onde os holofotes estavam dirigidos à dupla dinâmica Adão e Eva —, provou que descendíamos dos macacos.

Adoro essa idéia! É tropical, exótica, moderna e nos faz todos, embora donos de uma mesma origem, deliciosamente diferentes. Sabe quando mais me lembro que somos irmãos dos macacos? Quando escuto, por exemplo, a abominável expressão “festa de gente bonita”. Tenho sempre vontade de perguntar: e qual o critério de beleza? E se alguém “feio” chegar à festa? Vai ser barrado? Gordo pode ser bonito? E negro? E pobre? E se a roupa não seguir os padrões da modernidade? Gente maldosa pode ser bonita? E bonito pode ser desonesto?

Adoro festas arrumadas, bons drinks, ótimos restaurantes, roupas legais, mas gosto de gente feia também. Tem uns feios que preenchem meu coração como nenhum bonito seria capaz de fazê-lo. Adoro a diferença e não quero permitir que o meu preconceito — porque é evidente que tenho também — me impeça de raciocinar sobre o quão bom é o efeito da diferença sobre a vida da gente.

Comecei a pensar nisso, confesso, alguns dias depois da manhã do dia 28 de abril de 1983 quando me descobri de frente à diferença. Nesse dia nasceu Deco, meu sobrinho e portador de Síndrome de Down. Em meio ao impacto da descoberta, de todas aquelas coisas meio doentias que surgem na nossa cabeça sobre “por que conosco”, do choro e da angústia de minha irmã e meu cunhado, havia ainda um bebê com uma patologia cardíaca e precisando de ajuda e dedicação. As múltiplas pneumonias e internações dos primeiros cinco meses de vida e a cirurgia cardíaca em São Paulo formaram um turbilhão de emoções e acontecimentos que só depois, nos meses seguintes, foi possível tornar racional.

A diferença estava ali, mas ela podia ser a informação, a luz, o livro enriquecedor que muda a sua vida porque muda o seu olhar. Não tenho dúvidas em afirmar que sou muito melhor depois do nascimento do Deco. Que fui uma mãe melhor também por isso. Que meus filhos puderam conviver desde sempre com um primo diferente e que se tornaram pessoas mais humanistas e cidadãs.

Se vocês querem saber, Deco é um rapaz de quase 25 anos, viajadíssimo, conhece vários países, faz musculação, teatro, tem namorada e trabalha na Light. É divertido e, às vezes, chato demais. Como todos nós, que somos diferentes entre si e tão dependentes uns dos outros. Adora uma festa – nisso puxou a família – e vai para “night” como todo jovem descolado. Curte funk, praia e – para minha decepção — torce para o Vasco. Ah... sim! Tem noção que é diferente e sabe o quanto isso instiga e desafia. Que bom!



Quero a diferença sempre porque ela me traz novos ângulos de visão e de possibilidades; é instigante, provocador, quebra a métrica e abre os horizontes. Como viver cotidianamente num ambiente de aprendizagem e não abrir os olhos para tudo e para todas as pessoas que nos cercam? Isso também é educação, é ensinar, é aprender, é discutir... é vida.

Como já dizia o mestre maldito Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Não quero que todos concordem, muito ao contrário. É esse colorido mosaico, multiétnico, multicultural, mullticriativo que faz a razão e o prazer da Estudos & Cia.

(esse texto é de autoria de Veronica Cobas, parte do projeto Estudos & Cia, e está publicado também no blog http://criativesse.blogspot.com/. Confiram por lá, confiram por aqui, pensem no assunto.)


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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O significado dos contos de fadas para as crianças

(Texto publicado no site G1.com.br, de autoria de Ana Cássia Maturano, no dia 19 de agosto de 2010)

Falar de literatura nessa época em que acontece a 21ª Bienal Internacional do Livro parece coisa comum. As pessoas presenteiam as outras com publicações, estão atentas aos lançamentos e participam das atividades oferecidas no espaço. O público infantil, para variar, costuma ser o alvo principal.

As publicações para crianças têm encantado não só a elas, mas também aos adultos. Geralmente, têm um visual caprichado, com partes gráficas que são verdadeiras obras de arte. Muitas coisas surgem, mas nem tudo tem boa qualidade. Ao escolhermos um livro para os pequenos, é preciso observar sua qualidade literária, os valores passados e a adequação para sua idade.

Existe um tipo de literatura que parece nunca perder seu espaço. Tem acompanhado a passagem do tempo, transformando-se em versões (livros, peças, filmes, animações) que muitas vezes se afastam do real significado. São os contos de fadas.

Alguns os consideram pouco adequados para as crianças por colocarem o bem e o mal como coisas separadas e de forma estática. Além de trazerem personagens e condutas que podem assustá-las. Sem contar aqueles que os consideram ultrapassados. Acreditam que só se perpetuam por serem cultivados pelas escolas e pais. No entanto, eles são considerados por um representante da psicanálise – Bruno Bettelheim ("A psicanálise dos contos de fadas", Ed. Paz e Terra) – como o que há de melhor em literatura infantil. A começar pela sua estrutura simples, com a definição clara das características dos personagens (bom/mau, feio/bonito), facilitando a identificação das crianças, e por estimular a imaginação delas.

Os contos de fadas, segundo Bettelheim, ajudam as crianças a dar um sentido para a vida por tratarem de questões humanas universais, como a solidão e a necessidade de se enfrentar a vida por si só, mas de uma maneira simbólica. Ao sugerirem soluções simples para problemas internos, colaboram para o desenvolvimento da personalidade e dos recursos interiores para que as crianças aprendam a enfrentar as dificuldades do crescimento. Eles são repletos de significados e cada leitor irá extrair o seu de acordo com o momento que vive. Por isso, não devem ser explicados para as crianças, pois dirigem-se ao seu pré-consciente.

É interessante notar como, às vezes, as crianças insistem muito para ler uma determinada história ou ver um determinado vídeo. Provavelmente, essa insistência deve-se ao significado que estejam extraindo da obra.

Sobre se assustarem com determinados personagens ou situações (principalmente no que se referem às punições de alguns personagens), devido ao exagero ou ao seu aspecto fantasioso, devemos lembrar que isso pode facilitar a compreensão das crianças por se aproximarem mais da maneira como veem o mundo, sendo ainda incapazes de compreenderem intelectualmente respostas realistas. Elas dão vida a tudo e têm um senso de justiça exacerbado.

No entanto, para que elas não confundam o real do imaginário, eles devem ser oferecidos a elas quando já atingiram a idade de quatro ou cinco anos, de modo a poderem fazer uma distinção entre essas duas esferas e se beneficiarem de sua leitura. E caso ainda confundam, acreditando em bruxas e monstros, nada como lembrá-las de q
ue tudo é de mentirinha, que é apenas uma história.

Nem toda adaptação resulta em bons resultados. Com esses contos também é assim. As histórias originais têm qualidade superior às adaptações – elas é que devem ser lidas.
Se o sucesso entre algumas crianças se deve à influência dos pais ou da escola, não sabemos. Porém, se eles estão perpetuando essas histórias, muito provavelmente é por terem tirado algo de significativo delas.


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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Construindo pontes



Fui ver o filme “A Origem”. Preciso admitir o quanto a engenharia do imaginário me atrai. Construir pontes entre o palpável e o insondável me estimula. Foi impossível não divagar sobre qual seria a linguagem do intangível. Se alguma língua nesse espaço imaterial fosse falada, certamente essa língua teria um nome: Poesia. A poesia sempre me faz chegar rapidamente à outra ponta da grande metáfora. Através dela consigo ver o abstrato. Ela me permite recriar o mundo; renovar o sentido da vida.

Mas, o que é poesia? O que poesia não é? Qual sua importância para o desenvolvimento humano?

Eu já encontrei muitas definições, mas particularmente gosto da de Frost, poeta americano: “Poesia é aquilo o que não se pode traduzir”, ou seja, se você tiver dúvida sobre se um texto é poesia ou não, basta traduzir. Conseguiu? É prosa. Não conseguiu? Provavelmente você está diante de uma poesia.

Poesia não se faz como um pão, como um vestido, como uma estrada. Poesia não é a justaposição aleatória de belas palavras. Não é alguma coisa que possa ser inventada. Não dá simplesmente para fazer uma seleção de temas e a partir destes tentar encaixar rimas; encontrar coincidências sonoras; verificar a plasticidade, a semântica, os signos exatos, os fonemas... Definitivamente, para ser poeta é preciso ter o dom!

O saber é construído a partir de dois grandes elementos: curiosidade e imaginação. O que move o filósofo é a curiosidade, o que forja o poeta é a imaginação. Toda criança, ou quase toda, nasce essencialmente filósofa-poetisa, justamente porque é curiosa e imaginativa.

Nem todos seremos Carlos Drummond de Andrade, mas, por que a poesia é tão timidamente abordada em sala de aula — e não só nas aulas de língua portuguesa e literatura? Se temos consciência de que o que nos livra da loucura e do tédio é a fantasia, por que não incentivar a leitura e a produção de formas originais de ver o mundo? Quando uma criança entra em contato com os recursos estilísticos da poesia, consegue reconhecê-los, interpretá-los e recriá-los. Em um simples verso o mundo pode ser traduzido, justamente porque a poesia fala nas entrelinhas.

Eu declamava poesias nas festas natalinas (e eu não sou tão velha assim). A pedagogia moderna retoma e incentiva o trabalho com textos poéticos, uma vez que esses são instrumentos eficazes no desenvolvimento de habilidades sensoriais; do senso estético; de competências simbólicas. A criança que descobre o prazer de compreender um texto poético desenvolve mais amplamente sua capacidade linguística; adquire a sensibilidade de compreender a si, o mundo, o outro e a vida; aprende a fazer deste tipo de linguagem uma ponte entre aquilo o que existe e aquilo que é.

Qual sua poesia preferida? Qual melhor te traduz? Pense nisso!

Jane Castelo Branco

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Internetês. Que língua é essa?!



Quando a Internet passou a fazer parte da minha vida (já se vão 15 anos), para dar entonação engraçada a um texto informal, ao final eu inseria: (risos). Evoluímos para um “: )”. Passamos para o “rsrsrsrs”. Já estamos no “hashuashua”. Eu já fui mais fluente, mas tudo isso é muitíssimo volátil, não consigo acompanhar. Particularmente, me sentiria mal (para não dizer ridícula) escrevendo “miguxo, miguxa, baum, capaiz etc.”. Mas, confesso que deixo escapar um “Bjs; pq; vc; qq”.

Fui adolescente em um tempo onde os bilhetes eram escritos a mão (e, geralmente, direcionados a uma única pessoa). Obviamente, não existiam os emoticons. Para dizer que eu estava triste ou feliz com alguma coisa, eu tinha que explicar a coisa, palavra por palavra. No entanto, eu sempre soube fazer a diferença entre o que eu queria que fosse dito e levado pelo vento daquilo o que eu queria que ficasse registrado. Um bilhete nunca teve o peso de uma carta — nem os que eu recebia, nem os que eu escrevia.

Particularmente creio que os jovens de hoje também sabem fazer a diferença; da mesma forma que percebo que eles têm muito mais habilidade para lidar com o internetês que qualquer adulto. O que mudou foi a forma como as tribos passaram a lidar com a escrita: se antes eu tinha vergonha de escrever errado, hoje parece que o errado é sentir vergonha.

Enquanto estamos vivendo a revolução da informação — que será analisada historicamente daqui a alguns anos — é difícil afirmar que essa moda vai passar, talvez até piore. Outro dia ouvi um debate entre alguns filólogos, onde um deles afirmava que as gerações futuras não grafarão mais, apenas apertarão teclas. Será que chegaremos a nos comunicar por telepatia?

Mais do que a forma de expressão que se estabelece entre os jovens hoje, me preocupa o conteúdo. O que percebo (fazendo parte da revolução) é que muito se fala sobre tudo e pouco se apreende. O que o internetês denuncia? A velocidade da informação está produzindo um novo tipo de ‘escrevente’? O ‘escrevente’ de hoje tem alguma coisa que realmente queira deixar registrada? Ou, em não tendo o que dizer, prefere escrever inúmeros, rasos e inconsistentes bilhetes virtuais?

Com mais perguntas que respostas, pense você também sobre isso!

E finalizando, alguém aí me diz o que significa “rs ta né :)>”?

Jane Castelo Branco

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Acesso à cultura e educacão explicam desenvolvimento precoce



Pais têm de estar preparados para amadurecimento das crianças
(artigo publicado no site G1, de autoria de Ana Cássia Maturano)

Filhos adquirem independência cada vez mais cedo.

Quem trabalha com o público infantil ou tem filhos em idade de desenvolvimento se surpreende com a precocidade dessas crianças quando as compara com gerações anteriores. Assustam-se diante de seus comportamentos e ideias. Os pais chegam a questionar onde erraram, se não tiveram pulso firme para conduzir melhor os pequenos na vida. Ou se determinadas manifestações, que esperariam quando fossem adolescentes, não seria um modo de provocá-los.

As crianças parecem mesmo diferentes desde o nascimento. Algumas pessoas mais velhas têm comentado que os bebês demoravam alguns dias para abrirem os olhos quando nasciam, mas que hoje em dia já saem do útero materno com os olhinhos bem abertos, querendo ver tudo. Ainda nessa época, parecem estar muito atentas ao mundo que as rodeia, interessando-se por tudo.

Assim, vão se desenvolvendo, parecendo que sempre as coisas se antecipam na vida delas, estando sempre adiantadas. E estão mesmo, não é simples percepção, é fato.
Quando pequeninas, são questionadoras sobre o mundo e suas regras. Foi-se o tempo em que pareciam mais inocentes e eram facilmente enroladas pelos adultos para que entrassem em seu esquema.

Provavelmente, vários são os fatores que estão interferindo no amadurecimento das crianças, que não ocorre só no campo do comportamento e da inteligência. Várias pesquisas têm mostrado uma tendência delas entrarem mais cedo na puberdade, o que já vem acontecendo há algum tempo – cada vez estão se adiantando em seu desenvolvimento. Alguns associam com a melhora na qualidade de vida, principalmente da alimentação, com consequente interferência no sistema hormonal.

Com pouca idade, às vezes meses, vão para a escola. E os conflitos vividos mais tarde, já são enfrentados, como a separação da mãe e a convivência com outras crianças. Sem contar que ficarão independentes mais cedo. Por mais que a escola cuide, um adulto não poderá ficar grudado na criança, ajudando-a em tudo. Além, é claro, de a estimularem a fazer as coisas por si só.

Consequentemente, as aprendizagens também vão acontecer antes. Inciava-se a alfabetização com sete anos. Atualmente, com cinco ou seis anos elas já escrevem e leem, fazem contas e têm conhecimentos sobre estrelas, músicos e pintores.

Em casa, os pais têm dado mais valor à cultura. Facilitam o acesso aos livros, passeios, filmes, internet... O que antes acontecia um pouco mais tarde na vida delas. A informação vem de todos os lados.

Sem contar que elas são mais incluídas na realidade naquilo que antes parecia restrito ao domínio dos adultos. Falam de morte e participam de seus rituais. O corpo não é algo mais tão escondido. O interesse pela sexualidade tem sido encarado com mais naturalidade.
Diante disso, dá para entender a precocidade delas. Os pais, por sua vez, tem que ter essa compreensão. Caso contrário, vão se culpar por não terem cuidado direito, o que não é verdade. Os tempos são outros. Houve avanços na forma de se encarar algumas coisas na vida, inclusive as crianças. Assim, elas também estão mais avançadas. É o sinal dos tempos.


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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mutismo Seletivo (MS)


Esse espaço não tem a pretensão de fazer diagnósticos, prognósticos ou indicar tratamentos. No entanto, vale a pena pontuar alguns dos muitos impeditivos, ou não facilitadores, da aprendizagem.

Você conhece ou já conheceu alguma criança que em casa conversa, ri, brinca, normalmente, mas quando em contato com algum adulto ou criança fora do círculo familiar emudece? Crianças muito quietas, que não respondem às perguntas feitas pelo professor, falam muito pouco com os colegas de escola, são geralmente classificadas como tímidas, no entanto, talvez essas crianças estejam sofrendo de mutismo seletivo. Você sabia?

O mutismo seletivo é descrito como uma desordem psicológica não frequente – é mais prevalente em meninas e atinge 1 em cada 1.000 crianças. Crianças com o transtorno são completamente capazes de falar e compreender a linguagem, mas não o fazem em certas situações sociais. É um engano entender que a criança escolhe propositalmente não falar. Na realidade, a criança sofre por não se sentir segura para se expressar em situações específicas. São crianças que têm o desejo de se comunicar, seja por sinais ou gestos – ao contrário de boa parte das crianças com diagnóstico de autismo.

Sua causa ainda é obscura. Acredita-se que o ambiente e que as relações interpessoais estabelecidas contribuam para seu desenvolvimento. Pode, inclusive, ser reflexo de um trauma verbal ou físico ao qual a criança tenha sido exposta. Não se pode também excluir a genética como sendo um dos fatores a considerar (a patologia é mais prevalente nas famílias onde os pais sejam tímidos ou distantes).

Os primeiros sintomas já podem ser observados nos primeiros três anos de idade, quando a criança é convocada a interagir socialmente, inclusive no espaço escolar. Sua duração é variável, podendo durar por meses ou até anos. Alguns comportamentos podem estar associados ao MS, como por exemplo, alguma imobilidade psicomotora fora do ambiente familiar, dificuldade de olhar olho no olho, timidez excessiva, dependência dos pais, isolamento social, expressão facial pouco expressiva etc.

No Brasil são raros os estudos sobre MS. Também não existem muitos profissionais especializados para fazer o diagnóstico precoce desse transtorno. No entanto, a boa notícia é que NÃO está associado com a dificuldade de aprendizagem. Não devem ser considerados programas de instrução especiais, mas, quando indicados devem ser projetados de forma individualizada. Profissionais pedagógicos precisam ser cautelosos na avaliação de crianças que tenham recebido diagnóstico de MS, uma vez que as condições de verbalização são diferenciadas: esse será sempre o maior desafio.

É difícil saber quando intervir, provavelmente pela existência de graus variantes do transtorno. No entanto, dois fatores determinam quando é necessário tratar: a idade e a severidade. Se o MS persistir por mais que dois meses, o tratamento deve ser iniciado imediatamente.

O que se recomenda é que, diante de quaisquer sintomas, a criança seja avaliada por um profissional para que se feche o diagnóstico. Em se fechando, o trabalho conjunto com a equipe pedagógica certamente trará grandes benefícios.

Até a próxima!

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Aqui na Estudos

A Estudos & Cia Tijuca tem novos nomes em seu grupo de professores. Agora também fazem parte da grande e coesa equipe os seguintes profissionais:

André Melo Faria – Matemática
Gabriela Nascimento da Silva – Química
Renata Paixão – Matemática
Maycon Marques Oliveira – Matemática

Confira horários disponíveis e demais professores do grupo no site da Estudos & Cia –
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Esse será o espaço de todos os que fazem parte da Estudos & Cia!

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Método de ensinar Matemática faz sucesso na Bahia



Reportagem apresentada no Jornal Nacional, edição do dia 4 de agosto, e reproduzida no site G1

Um professor criou uma série de jogos que ajudam os alunos de uma escola a aprender de forma eficaz. E na universidade, teorias e fórmulas complexas são transformadas em objetos.
Os pais e os professores aflitos com a dificuldade dos alunos em aprender matemática precisam conhecer uma iniciativa que anda fazendo muito sucesso em Salvador. Veja na reportagem de Mauro Anchieta.


Uma escola estadual como qualquer outra num bairro pobre de Salvador. Mas nela existe uma diferença: a fórmula com que os alunos do 7° ano do ensino fundamental aprendem matemática. Os jogos criados pelo professor Vanildo ajudam a resolver as equações.

A multiplicação das boas notas mostra que o trabalho tem dado certo. Na última avaliação, mais da metade dos alunos da turma tirou a nota máxima.


"Fica mais divertida, animada, mais fácil e envolve todo mundo", contou a estudante
Lorena de Oliveira.


"Os meus meninos e meninas estão felizes por estarem percebendo que eles estão aprendendo. Isso é o desafio", disse Vanildo Silva.

Extrair a matemática dos livros e torná-la concreta, palpável, é uma tendência não só no ensino básico. Em ambientes como o da Universidade Federal da Bahia, teorias e fórmulas complexas são transformadas em objetos. É a matemática visualizada com maior clareza, manipulada, mais fácil de ser ensinada e aprendida. O laboratório, um dos pioneiros no país, foi criado há 14 anos, mas não para de ganhar novas formas geométricas. Tudo para facilitar o aprendizado.


"Embora a menor distância entre dois pontos seja uma reta, essa curvatura faz com que a bolinha pegue mais velocidade com a gravidade e chegue mais rápido lá embaixo", explicou o estudante Althelis de Jesus.

Fica fácil entender porque as placas de carros no país nunca se repetem. "Só para letras, nós temos 17,5 mil possibilidades de combiná-las. Já para números, nós temos 10 mil possibilidades. Portanto, unindo essas duas possibilidades, nós teremos mais de 175 milhões de possibilidades de placas para o país", afirmou o estudante Paulo Malta.

"O caminho de fazer matemática é um caminho que, às vezes, é árduo. Se pudermos trabalhar com material concreto, com uma metodologia que possa favorecer esse processo de construção sempre será bem-vindo", ressaltou o professor de Matemática da UFBA, Antônio dos Santos Filho.


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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Educação para a vida



Falar sobre educação é abrir um universo de possibilidades.

Cabe discutir o novo acordo ortográfico tanto quanto estudar a importância de brincar com perucas para trabalhar o desenvolvimento da auto-estima; cabe avaliar o que comer na hora do recreio; repensar a ética e moral dentro e fora de sala de aula; resgatar a necessidade de preservação dos patrimônios históricos. E falar sobre a ferrugem, cabe? Leitura? Repetência? Finanças? Discalculia? Doenças sazonais? Folclore? Gibis? Música? Robótica?...

Não faltam temas e propostas para debate.

Você sabe que dia é hoje? Dia 11 de agosto é o dia da televisão, do advogado, do garçom, da Logosofia e do estudante. Isso mesmo. Hoje é dia do estudante!!!

Quem estuda — e não só de forma sistemática, com quadro, giz e professor — tem a possibilidade de reconstruir, redefinir, reinventar... Todos os dias somos desafiados a aprender coisas novas.

Sobre o que você quer pensar? Aonde você quer chegar? O que você sabe é suficiente? O que você gostaria de dar ao mundo ou receber dele? Dúvidas ou certezas? Lance ao mundo uma certeza e receba de volta uma dúvida, ou vice-versa.

Obviamente não viveremos tempo bastante para aprender tudo o que na vida há, mas será que não devemos aprender tudo o que conseguirmos dar conta, no tempo que nos for disposto nessa tão efêmera existência? Não será essa nossa grande dádiva e missão?

Vamos juntos construir um espaço de novidades e loucuras? Vem com a gente?!

Jane Castelo Branco

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aprender é fácil?



Só aqueles que têm paciência para fazer coisas simples com perfeição é que irão adquirir habilidade para fazer coisas difíceis com facilidade. (Johann Christoph Von Schiller)

É verdade, já nascemos aprendendo... Aprendemos que chorar é a melhor forma de entrar neste mundo. Aprendemos a mamar; aprendemos a sorrir; aprendemos a andar; aprendemos e aprendemos o tempo todo.


Aprendemos porque interações cognitivas com o meio são feitas segundo a segundo — tão natural quanto existir. Desta forma, a sobreposição dos conhecimentos adquiridos no cotidiano vai fazer de nós aquilo o que somos.

Sendo assim, não podemos ignorar o fato de que em menor ou maior grau, todos, em algum momento da vida, passamos por algum episódio de inadaptação no processo ensino-aprendizagem — seja ele provocado por agentes externos ou internos.

Aprender é duvidar, sempre. Se não acreditássemos que a posição bípede nos levaria mais rapidamente aos lugares, talvez jamais tivéssemos deixado de engatinhar. Se o aprendizado se estabelece como fato imutável, perde em si e de si a capacidade de transcender. Quem carrega consigo todas as certezas sobre tudo o que aprendeu já não aprende coisa alguma.

Volta às aulas e com ela todas as incertezas que cercam os pais durante toda a vida acadêmica de seus filhos. Meu filho vai passar de ano? Se passar, em que condições chegará ao próximo? Estou fazendo o que é certo? A escola está cumprindo seu papel? O professor está preparado para assessorar meu filho?

Como os agentes do processo são pessoas que aprendem sempre, talvez esse venha a ser sempre nosso maior desafio: conscientizarmo-nos de que não só os alunos, ou não só os pais, ou não só os professores são responsáveis pelo bom/mau desempenho escolar. Devemos ser todos agentes dessa construção. Mas, como fazer isso?

Nossa proposta é discutir os papeis de “aprendente” e “ensinante” exercidos nos mais diversos ambientes em que esses personagens estão inseridos. O que pretendemos ser? Agentes ou pacientes dessa construção?

Jane Castelo Branco

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