quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Internetês. Que língua é essa?!



Quando a Internet passou a fazer parte da minha vida (já se vão 15 anos), para dar entonação engraçada a um texto informal, ao final eu inseria: (risos). Evoluímos para um “: )”. Passamos para o “rsrsrsrs”. Já estamos no “hashuashua”. Eu já fui mais fluente, mas tudo isso é muitíssimo volátil, não consigo acompanhar. Particularmente, me sentiria mal (para não dizer ridícula) escrevendo “miguxo, miguxa, baum, capaiz etc.”. Mas, confesso que deixo escapar um “Bjs; pq; vc; qq”.

Fui adolescente em um tempo onde os bilhetes eram escritos a mão (e, geralmente, direcionados a uma única pessoa). Obviamente, não existiam os emoticons. Para dizer que eu estava triste ou feliz com alguma coisa, eu tinha que explicar a coisa, palavra por palavra. No entanto, eu sempre soube fazer a diferença entre o que eu queria que fosse dito e levado pelo vento daquilo o que eu queria que ficasse registrado. Um bilhete nunca teve o peso de uma carta — nem os que eu recebia, nem os que eu escrevia.

Particularmente creio que os jovens de hoje também sabem fazer a diferença; da mesma forma que percebo que eles têm muito mais habilidade para lidar com o internetês que qualquer adulto. O que mudou foi a forma como as tribos passaram a lidar com a escrita: se antes eu tinha vergonha de escrever errado, hoje parece que o errado é sentir vergonha.

Enquanto estamos vivendo a revolução da informação — que será analisada historicamente daqui a alguns anos — é difícil afirmar que essa moda vai passar, talvez até piore. Outro dia ouvi um debate entre alguns filólogos, onde um deles afirmava que as gerações futuras não grafarão mais, apenas apertarão teclas. Será que chegaremos a nos comunicar por telepatia?

Mais do que a forma de expressão que se estabelece entre os jovens hoje, me preocupa o conteúdo. O que percebo (fazendo parte da revolução) é que muito se fala sobre tudo e pouco se apreende. O que o internetês denuncia? A velocidade da informação está produzindo um novo tipo de ‘escrevente’? O ‘escrevente’ de hoje tem alguma coisa que realmente queira deixar registrada? Ou, em não tendo o que dizer, prefere escrever inúmeros, rasos e inconsistentes bilhetes virtuais?

Com mais perguntas que respostas, pense você também sobre isso!

E finalizando, alguém aí me diz o que significa “rs ta né :)>”?

Jane Castelo Branco

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