segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mutismo Seletivo (MS)


Esse espaço não tem a pretensão de fazer diagnósticos, prognósticos ou indicar tratamentos. No entanto, vale a pena pontuar alguns dos muitos impeditivos, ou não facilitadores, da aprendizagem.

Você conhece ou já conheceu alguma criança que em casa conversa, ri, brinca, normalmente, mas quando em contato com algum adulto ou criança fora do círculo familiar emudece? Crianças muito quietas, que não respondem às perguntas feitas pelo professor, falam muito pouco com os colegas de escola, são geralmente classificadas como tímidas, no entanto, talvez essas crianças estejam sofrendo de mutismo seletivo. Você sabia?

O mutismo seletivo é descrito como uma desordem psicológica não frequente – é mais prevalente em meninas e atinge 1 em cada 1.000 crianças. Crianças com o transtorno são completamente capazes de falar e compreender a linguagem, mas não o fazem em certas situações sociais. É um engano entender que a criança escolhe propositalmente não falar. Na realidade, a criança sofre por não se sentir segura para se expressar em situações específicas. São crianças que têm o desejo de se comunicar, seja por sinais ou gestos – ao contrário de boa parte das crianças com diagnóstico de autismo.

Sua causa ainda é obscura. Acredita-se que o ambiente e que as relações interpessoais estabelecidas contribuam para seu desenvolvimento. Pode, inclusive, ser reflexo de um trauma verbal ou físico ao qual a criança tenha sido exposta. Não se pode também excluir a genética como sendo um dos fatores a considerar (a patologia é mais prevalente nas famílias onde os pais sejam tímidos ou distantes).

Os primeiros sintomas já podem ser observados nos primeiros três anos de idade, quando a criança é convocada a interagir socialmente, inclusive no espaço escolar. Sua duração é variável, podendo durar por meses ou até anos. Alguns comportamentos podem estar associados ao MS, como por exemplo, alguma imobilidade psicomotora fora do ambiente familiar, dificuldade de olhar olho no olho, timidez excessiva, dependência dos pais, isolamento social, expressão facial pouco expressiva etc.

No Brasil são raros os estudos sobre MS. Também não existem muitos profissionais especializados para fazer o diagnóstico precoce desse transtorno. No entanto, a boa notícia é que NÃO está associado com a dificuldade de aprendizagem. Não devem ser considerados programas de instrução especiais, mas, quando indicados devem ser projetados de forma individualizada. Profissionais pedagógicos precisam ser cautelosos na avaliação de crianças que tenham recebido diagnóstico de MS, uma vez que as condições de verbalização são diferenciadas: esse será sempre o maior desafio.

É difícil saber quando intervir, provavelmente pela existência de graus variantes do transtorno. No entanto, dois fatores determinam quando é necessário tratar: a idade e a severidade. Se o MS persistir por mais que dois meses, o tratamento deve ser iniciado imediatamente.

O que se recomenda é que, diante de quaisquer sintomas, a criança seja avaliada por um profissional para que se feche o diagnóstico. Em se fechando, o trabalho conjunto com a equipe pedagógica certamente trará grandes benefícios.

Até a próxima!

Estudos & Cia Tijuca: Av. Heitor Beltrão, 13
Tels.: 2204-1371 / 2204-1372
Estudos & Cia Jacarepaguá: Av. Geremário Dantas, 832 / 103
Tels.:2425-3821 / 9711-1149

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